Após os normandos estabelecerem o controle na Inglaterra, autoridades locais de Norwich e líderes da igreja começaram a espalhar uma propaganda cada vez mais hostil contra a própria comunidade judaica que o próprio Guilherme, o Conquistador, havia originalmente convidado e trazido da França por sua expertise financeira e administrativa. No início do século XIII, essas autoridades dependiam fortemente de credores judeus para empréstimos reais e eclesiásticos, mas, ao mesmo tempo, os retratavam como forasteiros perigosos, que podiam ser taxados, ter seus bens confiscados ou ser feitos de bode expiatório quando conveniente.
Um exemplo marcante dessa propaganda aparece em um Registro do Tesouro de 1233, onde o financista judeu Isaac fil Jurnet é retratado como um monstro de três cabeças dominando a página. Na mesma ilustração, seus cobradores de dívidas, Mosse Mokke e Abigail, aparecem ladeados por demônios, enquanto um monge cristão é mostrado sendo roubado sob a suposta influência demoníaca de Isaac. Essa imagem foi elaborada para incitar o ódio público, retratando os judeus como figuras sinistras, mesmo quando o governo avidamente tomava emprestado seu dinheiro.
Uma teoria sugere que grupos de soldados ingleses e recrutas da Cruzada, inflamados pelo fervor religioso enquanto viajavam para se juntar a Ricardo Coração de Leão na Terceira Cruzada, podem ter passado por Norwich em 1190.
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